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INSULINOTERAPIA
A insulina é uma hormona essencial à vida, sendo imprescindível para o bom funcionamento do organismo. A insulina atua no metabolismo de todos os nutrientes - glicose, proteínas e lípidos.
Quando a diabetes não está controlada, mesmo com a toma de antidiabéticos orais acompanhada de uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física, a administração de insulina é o único tratamento da diabetes universalmente eficaz.
Duração do tratamento com insulina
No caso da Diabetes mellitus tipo 1, mais frequente nos jovens e adolescentes, o organismo deixa completamente de produzir insulina, por isso a administração de insulina é essencial e nunca deve ser interrompida.
Noutros casos, o tratamento com insulina pode ser transitório, por exemplo durante a gravidez e em situação de internamento hospitalar.
No caso do médico assistente considerar que é importante iniciar o tratamento com insulina, para melhorar a compensação da diabetes e prevenir as complicações, isso será uma mais-valia para a saúde.
O principal objetivo do tratamento da pessoa com Diabetes é conseguir um ótimo controlo metabólico, para que possa ter uma vida com qualidade, evitando ou atrasando as complicações crónicas da Diabetes.
No início, a Diabetes tipo 2 pode ser controlada com alimentação saudável e equilibrada, exercício físico e medicamentos orais (comprimidos). Com o decorrer dos anos e consequente evolução da doença muitas pessoas vão perdendo a capacidade de produzir insulina, sendo necessário recorrer à insulinoterapia. Este tratamento, tanto a nível transitório como definitivo, tem vindo a adquirir um papel cada vez mais importante no tratamento da Diabetes tipo 2.
Em algumas situações menos frequentes, em que a Diabetes tipo 2 é diagnosticada numa fase mais tardia e avançada, pode ser necessário iniciar tratamento (pelo menos, transitoriamente) com insulina.
Administração da insulina
É natural que o uso de insulina deixe o diabético um pouco apreensivo, porém, atualmente, o processo de administração de insulina é cada vez mais fácil e cómodo, através da utilização de dispositivos próprios designados de "canetas", pois assemelham-se a estes dispositivos quer em aparência, quer em simplicidade de utilização.
Estas canetas usam agulhas especiais muito finas e com um revestimento especial para serem praticamente indolores, o que facilita a adaptação da pessoa a este tratamento.
A administração correta é o primeiro passo para garantir um tratamento eficaz
· Lavar e secar bem as mãos.
· Agitar a caneta de insulina, no caso de a insulina não ser transparente.
· Marcar a dose cuidadosamente.
· Retirar a tampa da caneta e da agulha.
· Fazer uma prega na pele.
· Introduzir a agulha na pele com ângulo de 90º (perpendicular à pele).
· Pressionar o botão da caneta até chegar a 0 (zero) no marcador da dose, para injetar a insulina na pele.
· Aguardar cerca de 10 segundos (contar até 10 devagar) com a agulha introduzida na pele.
· Retirar a agulha da pele cuidadosamente.
· Tapar a agulha e a caneta.
A insulina é habitualmente administrada por injeção subcutânea, isto é, no tecido adiposo (gordura) debaixo da pele e não no músculo. Por isso, é muito importante adequar o tamanho da agulha à estrutura da pele de cada pessoa.
Em alternativa a insulina pode ser administrada com uma seringa própria (seringa de insulina), que vem graduada em Unidades de Insulina. Para uso da seringa há que puxar o êmbolo da seringa para a marca do número de unidades e injetar na pele como se se tratasse de uma caneta.

Locais de administração
Os locais onde a insulina pode ser administrada são o abdómen, coxas, nádegas e braços. De um modo geral, o abdómen é mais recomendado para fazer insulinas de ação rápida, e as coxas e nádegas para administrar insulinas de ação intermédia ou lenta.
A boa rotação dos locais de administração é essencial para garantir que a insulina tenha sempre uma ação semelhante.
Em cada zona corporal, não é correcto repetir o mesmo local em intervalos inferiores a 14 dias.
Por vezes podem aparecer nódulos na pele o que pode estar associado a uma administração menos correcta de insulina nomeadamente devido a uma insuficiente rotação dos locais de injeção (dentro da mesma zona corporal deve-se deixar 3 cm de distância da picada anterior), ou devido à troca pouco frequente da agulha (a agulha deve ser trocada a cada administração).
